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Histórico

Sobre o decurso histórico do Departamento de Educação Física

O Departamento de Educação Física (doravante DEF) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) foi inaugurado em 1976, quando a referida instituição ainda era uma Escola de Nível Superior, a antiga Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL), à semelhança de o exposto na seção anterior, sendo oportuno reiterar. No princípio sua atividade pedagógica circunscrevia-se à oferta de prática desportiva, sendo direcionada aos alunos dos cursos de graduação existentes naquele contexto (histórico) que optavam por desenvolver atividades dessa natureza. Tratava-se de uma demanda normativa dos currículos do ensino superior brasileiro, que predominou nas instituições desde o decreto lei n. 705 de 25 de julho de 1969 (SILVA; CARNEIRO, 2018a).

Conquanto, a obrigatoriedade da prática desportiva foi retirada das atribuições das Instituições de Educação Superior (IES) em 1996, consoante à lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996). Houve, portanto, uma diminuição abrupta na inclusão desse tipo de atividade nas matrizes curriculares dos cursos cuja instituição ofertava, com efeito, um arrefecimento expressivo em sua procura, uma vez que não fazia mais sentido sua presença – não mais afiançada por força da lei – neste “novo” momento institucional. Com isso os indícios sinalizavam para o ocaso do Departamento de Educação Física (DEF), em razão de sua natureza subsidiária (SILVA; CARNEIRO, 2018b).

Em que pese o quadro ser adverso para o departamento, os “tempos” eram outros, na medida em que a conjuntura política (educacional) e contextual granjeava os efeitos do Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), o qual nutrira o plano interno de desenvolvimento institucional (leia-se da UFLA), viabilizando a criação de novos cursos e expansão das edificações na referida universidade (SILVA; CARNEIRO, 2018a). À vista disso, adotou-se o estratagema de se implantar no ano de 2007 o curso de Licenciatura em Educação Física, ocasião na qual ocorre o ingresso da primeira turma. Contudo, os limites infraestruturais no âmbito do DEF, somados ao reduzido número de docentes tolhiam, de algum modo, o desenvolvimento do curso, apesar dos esforços do corpo docente para colmatar os limites objetivos (CARNEIRO; SILVA, 2020).

Outro movimento de enfrentamento aos desafios (historicamente situados) para consolidação, desenvolvimento e expansão departamental – decorrente tanto da iniciativa do corpo docente quanto do apoio das instâncias deliberativas da instituição – fora a proposta de criação de um curso de bacharelado em Educação Física, naquele contexto, impulsionado pelos mesmos “ventos” contextuais (SILVA; CARNEIRO, 2018a). Corolário a isso, em 2009, tem-se o início de suas atividades, com efeito, a chegada da primeira turma de estudantes.

Pois bem, ao longo da última década os dois cursos operaram cooperativamente, no entanto, de forma separada no plano do itinerário curricular, na medida em que havia uma matriz formativa destinada à licenciatura e outra endereçada ao bacharelado (inclusive com docentes em cuja atuação se restringia a docência em apenas um dos cursos) ofertando formação de qualidade no âmbito da Educação Física − disciplina acadêmica integrante da área 21, vinculada a grande área das Ciências da Saúde conforme organização proposta pelo campo científico brasileiro, por intermédio da CAPES, de acordo com o referido órgão governamental. Tal e qual o curso (de graduação) foi sendo aprimorado, pari passu se modificou e acompanhou essa evolução o corpo docente, seja em virtude do desenvolvimento profissional docente na esfera da docência, da extensão − com iniciativas extensionistas que compreendem Lavras/MG e às adjacências, sendo que, algumas, têm implicações e abrangência nacional – e especialmente no tocante à pesquisa, retratadas na tendência à regularidade da produção científica dos últimos anos (os índices serão demonstrados em tópico específico), igualmente notabilizadas no âmbito das parcerias interinstitucionais (nacionais e internacionais).

Ora, se outrora os cursos (de licenciatura e bacharelado) ofertados pelo DEF caminhavam por itinerários formativos distintos, malgrado houvesse níveis de cooperação e diálogo, o panorama se modifica abruptamente no ano de 2022, quando ambos adotam uma entrada inicial comum, isto é, uma Etapa de Formação Comum (EFC) – estruturados (epistemologicamente) em torno de quatro eixos de conhecimento, quais sejam: formação em Biodinâmica do Ser Humano; formação Sociocultural; formação Técnica e Instrumental; Conhecimentos Procedimentais e Éticos da Intervenção em Educação Física −, seguida de duas possibilidades subsequente (após a segunda metade do curso), a saber: uma destinada à Formação Específica em Licenciatura em Educação Física (LEF) e a outra endereçada ao Bacharelado em Educação Física (BEF), consoante ao teor da legislação aplicada à subárea vigente (Resolução do CNE 06/2018). Estando ao abrigo da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), outra novidade em termos hierárquicos à instituição. 

Oportuno, citar, além do mais, o fato de a maioria dos/as professores/as lotados no Departamento de Educação Física atuarem (na condição de permanentes) em alguns programas de pós-graduação em: Educação; Ciências da Saúde; e Nutrição, da UFLA.

Referências

CARNEIRO, Kleber Tüxen; DA SILVA, Bruno Adriano Rodrigues. O desenvolvimento do curso de (licenciatura) educação física da UFLA: o que nos diz a história oral temática? Pensar a Prática, Goiânia, v. 23, 2020. DOI: 10.5216/rpp.v23.57819. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fef/article/view/57819. Acesso em: 13 jun. 2023.

SILVA, Bruno Adriano Rodrigues; CARNEIRO, Kleber Tüxen. Por entre memórias e histórias: percursos e percalços do curso de Licenciatura em Educação Física da UFLA. 1. ed. Lavras: Editora da UFLA, 2018a.

SILVA, Bruno Adriano Rodrigues; CARNEIRO, Kleber Tüxen. Por uma história da implantação do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal de Lavras. História Oral, [S. l.], v. 21, n. 1, p. 49–71, 2018b. Disponível em: https://revista.historiaoral.org.br/index.php/rho/article/view/763. Acesso em: 13 jun. 2023.

SILVA, Bruno Adriano Rodrigues; CARNEIRO, Kleber Tüxen. Impressos, Ciência e Editoração Universitária: Marcas Históricas da Editora UFLA. Lavras, MG: Editora UFLA, 2021. Disponível em: <http://repositorio.UFLA.br/jspui/handle/1/46738>.